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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

EUA veem euforia com europeus e dão fôlego à febre de Copa do Mundo

Quando a Copa do Mundo no Brasil acabou com o título dos alemães, um outro torneio imediatamente começou para os Estados Unidos. Ainda incipiente, a indústria do futebol local viu diante de si o desafio de mostrar que a febre de bola de junho e julho não era um mero surto de patriotismo. A euforia atual que cerca a presença de gigantes europeus em pré-temporada no país serve como uma resposta para quem duvidava do interesse genuíno do público americano.
 
 
 
No último final de semana, um amistoso entre Real Madrid e Manchester United reuniu 109.318 torcedores no estádio da Universidade de Michigan, em recorde de público do futebol nos EUA. Tudo isso em uma arena 300 km distante de qualquer time profissional local - ou seja, provavelmente diante de espectadores que não estavam habituados com a modalidade.
 
Nesta quarta-feira, os americanos têm nova oportunidade de testar esta euforia, quando as estrelas da MLS (a liga local) enfrentam o badalado Bayern de Munique em Portland, numa das cidades em que a modalidade emplacou com mais êxito – o Timbers tem uma das torcidas mais fanáticas e assíduas do campeonato.  
 
A presença em peso dos grandes europeus em território americano na pré-temporada é o principal sinal que faz crer que o otimismo do futebol americano não é uma marola. Se antes a Ásia era a menina dos olhos de espanhóis, ingleses e companhia, neste ano apenas Juventus e PSG partiram para arrecadar com amistosos e marketing no Oriente. Por sua vez, os EUA recebem nada menos do que 11 times importantes do Velho Continente entre julho e o começo de agosto.
 
Roma, Milan, Liverpool, Arsenal, etc. E a expectativa é que essa animação contamine a MLS, onde clubes como o Seattle Sounders já mantém média de torcedores acima da casa de 60 mil [a média do Brasileirão 2013 foi de 13.817].
 
Ainda não existe a crença de que a liga americana pode rivalizar com as grandes da Europa na contratação de estrelas. Mas a recente migração de nomes conhecidos para os EUA sinaliza um momento favorável, mesmo que Kaká, David Villa e Frank Lampard já tenham deixado o auge de suas carreiras para trás (todos eles estreiam na temporada 2015).
 
Atrair nomes de respeito internacional passa pela medida de aumentar o teto salarial jogadores, que será de US$ 4 milhões anuais para a temporada 2015. Parte desta injeção financeira se explica pela melhora de contratos com a televisão. A expectativa é que a relação com ESPN, Fox e Univision aporte US$ 720 milhões nos cofres da MLS em oito anos.
 
A liga profissional conta hoje com 14 estádios exclusivos para o soccer, ou seja, sem o estranhamento antigo de dimensões no compartilhamento com o futebol americano. E qualquer clube que deseje se juntar ao campeonato precisa já chegar com uma arena moldada para a modalidade.
 
Este foi um dos requisitos para aceitar New York City e Orlando City. Este último, na Florida, a nova equipe de Kaká. Com a Copa do Mundo em pleno andamento, o brasileiro foi recepcionado por uma multidão no aeroporto da cidade. Emprestado ao São Paulo até o final de 2014, o meia terá a oportunidade de atuar como um embaixador no momento mais favorável do futebol nos EUA, em euforia que nem mesmo a época do Cosmos de Pelé testemunhou.
 
 

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